terça-feira, 8 de julho de 2008

Sempre há uma primeira vez...

Quando alguém que sempre achou resolver os problemas das pessoas à sua volta se depara com alguém sofrendo de verdade e, pior, tem que encarar a dura realidade de que foi ele quem fez isso, aí as coisas mudam de figura.
É bem mais fácil combinar frases de efeito, exemplificações, perguntas retóricas - mas não óbvias - e ganchos externos e internos para convencer uma pessoa de que o futuro pode ser melhor. Você fecha com uma citação notória - com ou sem sentido, mas tem que ser bonita - e pronto, começou no zero e chegou ao dez. Ah, Simone, finalmente entendi seu estilo.
Pena que isso é uma generalização, e toda generalização sofre um grande baque em seu percurso.
Tente encarar o silêncio, meu amigo. Um silêncio de olhos castanho-escuro, intensamente escuro, lacrimejando.
Fitar os olhos de um ente muito querido sempre foi uma tarefa difícil. No auge da situação, é perigoso até respirar um pouco mais forte: vai que a mesa desmonta com a força do ar.
Quatro anos passam rápido, mais do que conseguimos acompanhar. Quanto mais tempo deixamos acumular sem resolver assuntos pendentes, mais é provavel que na próxima conversa séria, o clima fique realmente tenso. Não deixe para amanhã um erro, uma explicação, uma verdade. Esse tipo de coisa, até em quem nem guarda remorso, pode ser fatal.
Afinal de contas, até quem repara demais acaba complicando.