terça-feira, 9 de dezembro de 2008

A hora e vez de quem?

Todo grupo tem um sacrifício, um elo um pouco mais frágil.
Acho engraçado como dizemos que as pessoas são substituíveis em só alguns aspectos, mas que em outros elas continuam sendo perfeitas.
Justificativas e justificativas. Só para dizermos que não somos ruins: apenas seguimos circunstâncias.
Mudei o tom dos textos. Cansei da minha voz tentando parecer um escritor. Isso é... mais parecido comigo. A voz meio pasma, meio odiando.

Geralmente, pessoas em crise recebem o fim da conversa através daquela frase típica...
"Cara, você é complexado."
Acho engraçado isso. Porque, afinal, quando a pessoa não gosta de si mesma não é muito provável que os outros gostem... o complexo é resultado sabe do quê? De perceber vezes e mais vezes comentários feitos em voz baixa e sob risadas, quando não um silêncio e expressões bem chatinhas quando se chega em algum lugar.
Até algumas confirmações atrás eu sempre tentei 'tirar os pensamentos' da minha cabeça.
Mas.. eles são verdades, olha só.
Daqui para a frente... nada de escrever como se eu soubesse o que os outros pensam.
Como se eu soubesse narrar o cotidiano.
Como se eu não precisasse mais ligar para as minhas decepções.
O falso Alis está oficialmente morto.

quarta-feira, 17 de setembro de 2008

Em busca do tempo perdido

Primeiramente, escolhi isso porque esse título do livro do Proust é muito filho da mãe.

Mas por outro lado.. Bem, vamos lá.

O subconsciente é algo terrível. Só pararam de chamá-lo de inconsciente por eufemismo.
Tragédias e glória. Em ambos os casos, indistintamente, as imagens nos são plantadas por algum desejo oculto?
Ao mesmo tempo que sinto muito medo do caos, também travo um conflito diário com a rotina. Conciliar os ambientes familiar, escolar, emocional, confidencial e profissional se parece muito com Simon Says. Não importa quantas vezes você já tenha tentado: em uma das sequências você ainda vai esquecer um deles.

O grande problema é o quanto uma pessoa tem coragem de fazer uma escolha.

Não dá para se entrosar com todos os grupos, agradar a família inteira, guardar os segredos de todo mundo, fazer tudo isso enquanto tem uma pequena queda por alguém totalmente fora do contexto e ainda por cima prestar de duas a quatro faculdades (a não ser que você queira Medicina - nesse caso, meu amigo, arregace as mangas).
No terceiro ano as pessoas se afastam, isso é fato. Algumas se arrependem mais disso do que outras, e o meu problemas com tragédias, glórias e imagens é que, para pessoas inseguras ou simplesmente um pouco preocupadas com os outros, cada erro cometido é primeiramente ampliado em dez vezes e depois marcado a ferro na memória. Seja pessoalmente ou nos estudos. A partir disso, somos atacados diariamente por uma horda de flashbacks, todos em horários inoportunos.

Começamos a nos sentir incapazes, parecemos incomodar, os outros sempre parecem conversar só entre eles, hoje eu joguei mal. Não há mais tempo, eu jurava ter colocado o despertador para as seis, o simulado é amanhã, terminei o café, será que ele ficou chateado ontem, perdi o metrô, que merda, vou chegar atrasado na prova, esqueci a redação da Simone, eu devo ter dito algo errado, dois minutos, consegui, acho que os carbonatos eram solúveis, como é bom ver aquele sorriso, não, o de sódio não era e por que diabos eu senti isso de novo?

Caros colegas.
Vamos com calma. Certas pessoas estão prontas para ataques de nervos, e ainda nem estamos em Outubro.
Aquilo que o Jordy disse outro dia é a maior verdade do mundo.
Ninguém chega lá sozinho. Amigos seguram as pontas.
Esse ano está difícil?
Preencha o seu tempo com um grupo, uma vontade, uma matéria por dia, uma paixão. Doses exageradas de malabarismo mental causam pane na segunda semana.
Mas, de verdade?
Comam mais chocolate. Comigo funcionou.







Vai dizer que isso não explica a vida.

quinta-feira, 14 de agosto de 2008

Meus Oito Anos

"Segurar as pontas" é uma expressão engraçada, já pararam para pensar?
Das duas, uma: ou você precisa de alguém do outro lado, ou a corda não pode ser muito grande, caso contrário não funciona - afinal, algumas pessoas pulam melhor do que outras - e 'grande' vai de cada um.
No primeiro caso, bem, as pessoas se dividem. Você pode ser...
Metido
- Meu amigo, e eu lá preciso de alguém do outro lado?! Me dá isso aqui.
[Acho que todos sabemos o que acontece com esses... próximo.]
Racional demais
- Mas e se um dos dois puxar mais forte do que o outro? Isso só piora.
[E ele mergulha em alguma apostila e a outra pessoa fica lá de trouxa.]
Inseguro I
- Eu não consigo fazer isso, então ele começa primeiro.
[Agora imagine esse tipo com um dos dois anteriores na outra ponta.]
Inseguro I - variação
- E quem garante que ele vai me ajudar?
[Será que hoje em dia alguém confia que as pessoas são boas por natureza?]
Metido a engraçadinho
- Ah, vai, eu tenho certeza que um cabo de guerra vai melhorar o seu humor!
[Sabe quando ninguém te leva a sério?]

E outros. Agora vamos ao segundo caso.
Pular a corda é uma opção a ser considerada. Afinal, se você está triste porque está sozinho, por tudo o que é sagrado, não use a corda para se enforcar. Arranjar um jeito de se divertir por si só é a melhor coisa - e quando as pessoas na rua vêem alguém que é independente, mas não tem nada dos personagens acima, amigos orbitam esse alguém. E quando se chega nesse estágio, nem se está preocupado com que obrigações você tem para com cada pessoa.
Abrir os braços para si mesmo, jogar dados com o homem lá de cima, não por desprezo, mas porque ele é um cara legal que deixa você ganhar às vezes, mesmo podendo tudo. E voltamos à frase da União: "ria mais de si mesmo". Bem, com açúcar até eu, mas é uma boa frase. Vai saber.
Lembra de quando a gente nem sabia direito o que era namorar (mesmo sendo ótimo), bom mesmo era chocolate quente e quem segurava as pontas - as duas - eram nossos pais?
Ah, que saudade de ser criança.
É, Casimiro de Abreu. Você era um cara além do seu tempo, mas eu te entendi. Pega essa.

sábado, 2 de agosto de 2008

Dos grupos e da paciência

Todos somos realmente folhas de papel em branco ou há esse necessidade inata, mas intragável de pertencer a um grupo - na verdade quase nicho - social?
É, pessoas, um texto de desabafo, eu sei que prometi parar. 'Mas hoje não foi um bom dia', pensei, depois achei que tinha exagerado, mas olhei para o céu e o cinza fez aquela cara de 'hoje eu desabo na sua cabeça'. Então analisemos.

A grande divagação: é preciso pertencer?

Tópico um: definição.
O Aurélio tem sido a autoridade máxima em consenso lingüístico, então vejamos (Observação: 'Grupo' está apenas a uma página de distância de 'Guilhotina'. Interpretem como quiserem):
Grupo sm. 2. Pequena associação de pessoas reunidas para um fim comum.
Pergunta: meu camarada, porque diabos é preciso montar uma associação das pessoas que [schrubbles]?
Resposta: para excluir.
Tréplica: digamos que eu sou o excluído.
Conselho: ignore e passe para outra, de preferência excluíndo todo mundo também.
Sabe o que é passar dezesseis anos acreditando que no fundo as pessoas são boas e que nós não deveríamos devolver a forma como nos atordoam? Es-que-ça. Dê atenção - sério mesmo - às pessoas que te valorizam pelo o que você é - ficar tentando se associar a outros que não acham que vocês estão no mesmo nível é perda de tempo. Não porque eles lhe queiram mal - isso jamais, também não disse que as pessoas são horríveis - mas eles não vão prestar atenção em você! O sofrimento é opcional. E já diziam: ao menos quem te odeia repara em você.

Tópico dois
(que remete ao Manual das Relações, mas dessa vez para amizades):
"Nossa...! Como esse mundo é pequeno!"
Pois é, e a gente restringe a nossa visão global. O mundo é tão bonito lá fora, mas a única coisa pela qual você se interessa é a violeta murcha do canto da sala.
Pergunta: não é bem mais incerto arriscar uma amizade nova do que um grupo que você já tem?
Resposta: sim. Não é essa a graça? Já parou para pensar há quanto tempo você não sente nada?
Tréplica: prefiro isso do que ficar me desgastando.
Conselho: se você chegou a isso, meu amigo, significa que o negócio já lhe corroeu por dentro faz muito tempo. E 'ficar se desgastando', na verdade, é a expressão mais puramente traduzida como 'nunca adianta, cara. Nunca.' Sério mesmo - aproveite enquanto você ainda está vivo e procure alguém. Olha quanta gente tem no mundo!

Por enquanto é só, mas vai aumentar. (02/03/2008)

terça-feira, 8 de julho de 2008

Sempre há uma primeira vez...

Quando alguém que sempre achou resolver os problemas das pessoas à sua volta se depara com alguém sofrendo de verdade e, pior, tem que encarar a dura realidade de que foi ele quem fez isso, aí as coisas mudam de figura.
É bem mais fácil combinar frases de efeito, exemplificações, perguntas retóricas - mas não óbvias - e ganchos externos e internos para convencer uma pessoa de que o futuro pode ser melhor. Você fecha com uma citação notória - com ou sem sentido, mas tem que ser bonita - e pronto, começou no zero e chegou ao dez. Ah, Simone, finalmente entendi seu estilo.
Pena que isso é uma generalização, e toda generalização sofre um grande baque em seu percurso.
Tente encarar o silêncio, meu amigo. Um silêncio de olhos castanho-escuro, intensamente escuro, lacrimejando.
Fitar os olhos de um ente muito querido sempre foi uma tarefa difícil. No auge da situação, é perigoso até respirar um pouco mais forte: vai que a mesa desmonta com a força do ar.
Quatro anos passam rápido, mais do que conseguimos acompanhar. Quanto mais tempo deixamos acumular sem resolver assuntos pendentes, mais é provavel que na próxima conversa séria, o clima fique realmente tenso. Não deixe para amanhã um erro, uma explicação, uma verdade. Esse tipo de coisa, até em quem nem guarda remorso, pode ser fatal.
Afinal de contas, até quem repara demais acaba complicando.

sexta-feira, 23 de maio de 2008

Fogo cruzado.

O brilho de um olhar realmente consegue mudar mundos.
Como dito anteriormente, em alguma hora do seu dia a paz se cansará e exigirá uma mudança circunstancial, de preferência de forma caótica. Porque é assim que ela se diverte.
De repente, você desvia o olhar para captar qualquer curiosidade e na verdade quem estava sendo olhado era você. Perdeu, amigo: a outra pessoa disparou mais rápido.
Hã? Espera. Olhando a mim?
Ah, claro que não, você imaginou coisas. Mas espera aí, você foi visto primeiro. Ah, mas é óbvio que os motivos podem ser inúmeros. Mas as informações não batem!
Passam os dias e você olha mais. Ela também. Você se levanta para sair da sala e é acompanhado pelo olhar. Depara-se com ela em todo canto. Cumprimenta baixinho e sofre um sobressalto quando ouve uma resposta, igualmente envergonhada. Chega o final de semana e você arquiteta sonhos como palácios, imagina o rosto, as risadas, a voz. Não consegue deixar de pensar que poderia ser tudo ao contrário do que deduziu.
Mas, novamente, quem se importa?
E, novamente, não foi você que desejou?

quarta-feira, 23 de abril de 2008

Quanto ao futuro...

Sobre o título: para quem não leu A Hora da Estrela, de Clarice Lispector, procure e depois me pergunte se eu acredito em sorte.

Lembra daquela última vez na qual você precisou muito de.. de.. do que mesmo?
Por que passamos constantemente por um processo de busca sem metas muito definidas?

Essa adolescência de hoje em dia está perdida.

Quando dizem que o ser humano tem medo do caos e por isso impõe padrões a todos os elementos à sua volta, esquecem-se de que a cada dia nascem esses seres incríveis chamados crianças. Que não muito tarde resultam em nós.
Parece que o caos é um jeito travesso de nos divertirmos. Penso - não, melhor, afirmo - que ainda é muito cedo para tentar conquistar a 'estabilidade'. Primeiro, o que faríamos de nossas outras décadas se realmente conseguíssemos isso? Segundo: notem as aspas. Crianças de dezessete anos sabem o que é isso?
Nesse período, no qual a maioria das pessoas pensa em uma porção de carreiras, problemas familiares e a necessidade de comprar um calçado de marca, conseguir uma companheira - e aí vai da opção de cada um - parece um bom sinal de estabilidade. Mas as risadas, os gestos carinhosos, a atenção sistemática parecem nos entediar. Gradualmente, dão lugar à saudade das aventuras - não seria ótimo ir ao cinema novamente para ver se alguém do outro lado da sala reparou em você? E sorrir com aquele ar de quem não está, nas mínimas proporções, acorrentado a algum dever?
Sim, por isso eu me referi ao grupo acima como 'a maioria': porque, afinal, para quem tem Mastercard, uma balada aqui e ali é a forma de se sentir livre. E aí você deixa passar alguns anos para chegar a outro ponto: algum dia alguém será sério comigo? Chega então, de uma das aulas mais chatas do último ano de faculdade, e lembra daquela cartinha guardada, da primeira pessoa que realmente pareceu retribuir. Parecia realmente bom. Agora seria perfeitamente estável.

E chega do trabalho, pega o telefone da sua casa recém-reformada e decide: dessa vez eu estou pronto.




"A melhor maneira de prever o futuro é criá-lo." (Peter Drucker)