quinta-feira, 14 de agosto de 2008

Meus Oito Anos

"Segurar as pontas" é uma expressão engraçada, já pararam para pensar?
Das duas, uma: ou você precisa de alguém do outro lado, ou a corda não pode ser muito grande, caso contrário não funciona - afinal, algumas pessoas pulam melhor do que outras - e 'grande' vai de cada um.
No primeiro caso, bem, as pessoas se dividem. Você pode ser...
Metido
- Meu amigo, e eu lá preciso de alguém do outro lado?! Me dá isso aqui.
[Acho que todos sabemos o que acontece com esses... próximo.]
Racional demais
- Mas e se um dos dois puxar mais forte do que o outro? Isso só piora.
[E ele mergulha em alguma apostila e a outra pessoa fica lá de trouxa.]
Inseguro I
- Eu não consigo fazer isso, então ele começa primeiro.
[Agora imagine esse tipo com um dos dois anteriores na outra ponta.]
Inseguro I - variação
- E quem garante que ele vai me ajudar?
[Será que hoje em dia alguém confia que as pessoas são boas por natureza?]
Metido a engraçadinho
- Ah, vai, eu tenho certeza que um cabo de guerra vai melhorar o seu humor!
[Sabe quando ninguém te leva a sério?]

E outros. Agora vamos ao segundo caso.
Pular a corda é uma opção a ser considerada. Afinal, se você está triste porque está sozinho, por tudo o que é sagrado, não use a corda para se enforcar. Arranjar um jeito de se divertir por si só é a melhor coisa - e quando as pessoas na rua vêem alguém que é independente, mas não tem nada dos personagens acima, amigos orbitam esse alguém. E quando se chega nesse estágio, nem se está preocupado com que obrigações você tem para com cada pessoa.
Abrir os braços para si mesmo, jogar dados com o homem lá de cima, não por desprezo, mas porque ele é um cara legal que deixa você ganhar às vezes, mesmo podendo tudo. E voltamos à frase da União: "ria mais de si mesmo". Bem, com açúcar até eu, mas é uma boa frase. Vai saber.
Lembra de quando a gente nem sabia direito o que era namorar (mesmo sendo ótimo), bom mesmo era chocolate quente e quem segurava as pontas - as duas - eram nossos pais?
Ah, que saudade de ser criança.
É, Casimiro de Abreu. Você era um cara além do seu tempo, mas eu te entendi. Pega essa.

sábado, 2 de agosto de 2008

Dos grupos e da paciência

Todos somos realmente folhas de papel em branco ou há esse necessidade inata, mas intragável de pertencer a um grupo - na verdade quase nicho - social?
É, pessoas, um texto de desabafo, eu sei que prometi parar. 'Mas hoje não foi um bom dia', pensei, depois achei que tinha exagerado, mas olhei para o céu e o cinza fez aquela cara de 'hoje eu desabo na sua cabeça'. Então analisemos.

A grande divagação: é preciso pertencer?

Tópico um: definição.
O Aurélio tem sido a autoridade máxima em consenso lingüístico, então vejamos (Observação: 'Grupo' está apenas a uma página de distância de 'Guilhotina'. Interpretem como quiserem):
Grupo sm. 2. Pequena associação de pessoas reunidas para um fim comum.
Pergunta: meu camarada, porque diabos é preciso montar uma associação das pessoas que [schrubbles]?
Resposta: para excluir.
Tréplica: digamos que eu sou o excluído.
Conselho: ignore e passe para outra, de preferência excluíndo todo mundo também.
Sabe o que é passar dezesseis anos acreditando que no fundo as pessoas são boas e que nós não deveríamos devolver a forma como nos atordoam? Es-que-ça. Dê atenção - sério mesmo - às pessoas que te valorizam pelo o que você é - ficar tentando se associar a outros que não acham que vocês estão no mesmo nível é perda de tempo. Não porque eles lhe queiram mal - isso jamais, também não disse que as pessoas são horríveis - mas eles não vão prestar atenção em você! O sofrimento é opcional. E já diziam: ao menos quem te odeia repara em você.

Tópico dois
(que remete ao Manual das Relações, mas dessa vez para amizades):
"Nossa...! Como esse mundo é pequeno!"
Pois é, e a gente restringe a nossa visão global. O mundo é tão bonito lá fora, mas a única coisa pela qual você se interessa é a violeta murcha do canto da sala.
Pergunta: não é bem mais incerto arriscar uma amizade nova do que um grupo que você já tem?
Resposta: sim. Não é essa a graça? Já parou para pensar há quanto tempo você não sente nada?
Tréplica: prefiro isso do que ficar me desgastando.
Conselho: se você chegou a isso, meu amigo, significa que o negócio já lhe corroeu por dentro faz muito tempo. E 'ficar se desgastando', na verdade, é a expressão mais puramente traduzida como 'nunca adianta, cara. Nunca.' Sério mesmo - aproveite enquanto você ainda está vivo e procure alguém. Olha quanta gente tem no mundo!

Por enquanto é só, mas vai aumentar. (02/03/2008)